Nestas alturas pergunto a mim própria pela sociedade civil. Esse conceito democrático improvável. Genericamente pode-se dizer assim: a sociedade civil é uma espécie de virgem em quem todos se fiam não se sabe bem porquê. De facto, não está em parte alguma quando realmente precisamos dela. A questão dos transgénicos passou-nos ao lado. A destruição alucinada de uma propriedade de milho geneticamente modificado, que Mário Crespo noticiou como se de um ataque às Torres Gémeas se tratasse, não é forma de abordar o assunto. Mas estas coisas, lá diz a ciência, evoluem. Hoje, os OGM são coisa do passado. O desafio é outro: o consumo de carne de animais clonados é seguro? Pasme-se. Depois da americana FDA (Food And Drugs Administration) ter emitido um primeiro parecer favorável, foi a vez da EFSA (European Food Security Agency) declarar que não existem razões para pensar que animais clonados e respectiva descendência representem riscos alimentares acrescidos comparativamente àqueles nascidos por via da reprodução convencional. Para já, vários grupos de consumidores torceram o nariz. Fora de Portugal, entenda-se. Porque cá, nem um ai. Há quem compare a comercialização de carne a partir de animais clonados à introdução do leite pasteurizado nos hábitos alimentares dos seres humanos que inicialmente era visto com muita desconfiança, até que progressivamente foi sendo assimilado. Da minha parte, apenas isto: enquanto cidadã, e antes de me impingirem um Frankenbife no prato, tenho ou não o direito de querer perceber o que é exactamente a clonagem, em que processos se baseia e quais as consequências deste método para a cadeia alimentar (se é que existem) ? Desde já se agradece a quem souber responder.
De_Patrícia Ribeiro e Silva.
Neste castelo... os sapatos ficam à porta.
15.1.08
União Europeia dá parecer favorável ao consumo de carne a partir de animais clonados (actualizado)
Nestas alturas pergunto a mim própria pela sociedade civil. Esse conceito democrático improvável. Genericamente pode-se dizer assim: a sociedade civil é uma espécie de virgem em quem todos se fiam não se sabe bem porquê. De facto, não está em parte alguma quando realmente precisamos dela. A questão dos transgénicos passou-nos ao lado. A destruição alucinada de uma propriedade de milho geneticamente modificado, que Mário Crespo noticiou como se de um ataque às Torres Gémeas se tratasse, não é forma de abordar o assunto. Mas estas coisas, lá diz a ciência, evoluem. Hoje, os OGM são coisa do passado. O desafio é outro: o consumo de carne de animais clonados é seguro? Pasme-se. Depois da americana FDA (Food And Drugs Administration) ter emitido um primeiro parecer favorável, foi a vez da EFSA (European Food Security Agency) declarar que não existem razões para pensar que animais clonados e respectiva descendência representem riscos alimentares acrescidos comparativamente àqueles nascidos por via da reprodução convencional. Para já, vários grupos de consumidores torceram o nariz. Fora de Portugal, entenda-se. Porque cá, nem um ai. Há quem compare a comercialização de carne a partir de animais clonados à introdução do leite pasteurizado nos hábitos alimentares dos seres humanos que inicialmente era visto com muita desconfiança, até que progressivamente foi sendo assimilado. Da minha parte, apenas isto: enquanto cidadã, e antes de me impingirem um Frankenbife no prato, tenho ou não o direito de querer perceber o que é exactamente a clonagem, em que processos se baseia e quais as consequências deste método para a cadeia alimentar (se é que existem) ? Desde já se agradece a quem souber responder.
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